O meu avô Adelino (Jacó, como era conhecido!) adorava bolos... O problema é que eram um manjar raro, numa casa onde haviam mais 10 bocas para alimentar e, portanto, tinha de os dividir com muitos pretendentes ao pedaço...
A feitura de um bolo era festa pela certa aos olhos do meu avô... Desde que este ficasse torto ou mal feito! Então, quando a minha mãe e as irmãs se dispunham em volta das taças, formas e fogão, o meu avô não arredava pé e dizia:
-Havia de ficar todo mal feito, todo torto!
A alegria dele era quando os ditos bolos ficavam tal e qual ele desejava: tortos!!! Assim, já tinha uma desculpa para os comer sozinho, dizendo:
- Vocês não gostam de bolos tortos, não podem comer... Para mim, bolo torto não perde o gosto!
Se fosse vivo, o meu avô havia de gostar deste bolo torto... Bolos tortos destes não viu ele. Mas tenho a certeza que se dispunha ainda a comê-lo sozinho, se o deixassem!
Este é o segundo "bolo torto" que eu faço... No ano passado fiz um para a minha prima Dani mas o resultado não foi bem o que eu estava à espera... Não ficou torto que chegasse se é que me entendem... É que isto de fazer bolos tortos (bem direitinho) tem que se lhe diga. Ainda por cima sendo eu autodidacta...
Mas o que interessa é que desta vez ficou como eu esperava, este ano a prima Dani teve direito a um bolo torto como deve ser. E até foi bem divertido fazê-lo!
Este bolo serve à volta de 40/50 pessoas. O bolo de baixo é de chocolate preto com doce de leite e o de cima é de chocolate branco com maracujá (um must neste Verão!)